LIBERDADE

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LIBERDADE

 

LKJ

TEXTOS PARA REFLEXÃO E NOVAS ATITUDES SOBRE 

 

O SEMÁFORO

Voltemos aos sinais do semáforo: verde, amarelo e vermelho. Não existem para proibir. O verde do siga em frente, em geral, fica mais tem- po aceso onde o fluxo é maior. O vermelho é uma proibição positiva: salva vidas e preserva o direito do outro. A moral funciona como um semáforo: mais permite que proíbe, contempla o direito de todos e regula as relações humanas em função de um projeto maior que é o amor fraterno.

 

NINGUÉM ME DIZ O QUE FAZER

 

Existe uma liberdade inteligente e uma liberdade imatura. A li- berdade inteligente é a de quem se sente livre, mas aceita normas. A ima- tura é a do cabeçudo e teimoso que afirma que ninguém lhe diz o que fazer. Faz tudo por conta própria e não aceita nem normas, nem conselhos. O estado prolongado desse tipo de teimosia é uma enfermidade mental. Quem estabelece suas próprias regras torna-se um problema para si e para os outros. Ele atravessa a rua quando quer e não quando pode, inventa suas próprias leis de trânsito e suas leis de viver. Por isso mesmo não sabe conviver. Tais pessoas sao anormais. Não se adaptam a costume algum que não seja o seu. O outro não existe para elas. Seu enorme egoísmo só vê suas necessidades. Faz parte desse grupo o adepto do 'cada um por si e Deus por todos' ou o do 'salve-se quem puder', ou ainda o cultuador do jeitinho brasileiro de conseguir as coisas fora da lei.

 

LIBERDADE DE ESCOLHA

FDH

Não existe liberdade total de escolha. Se eu escolher ir a pé até Roma, faço uma escolha errada e para isso não tenho liberdade, porque entre o Brasil e a Itália existe um oceano. Terei de renunciar a minha escolha errada de ir a pé. Posso escolher sempre dentro de um limite. Escolhe-se dentro do possível. Por isso aquele que cultua a liberdade total é louco. Ela nao existe! Só o louco atravesa a rua quando quer. Os outros atravessam quando podem. Toda liberdade humana tem limites. Todo homem verdadeiramente livre sabe lidar com os limites. Por isso é que ele voa quando o tempo permi- te, nada quando o oceano permite e vai de carro quando a estrada permite. Se nao der, ele se adapta, exatamente porque é livre. O outro que pensa ser li- vre, insiste no proibido ou no impossível e, se der certo, vira herói; se não der, ou morre ou enlouquece. A grande maioria das pessoas prefere ser livre com limites. Não posso quere o sinal verde para mim o tempo todo. Sou livre também quando aceito o vermelho.

 

A IDOLATRIA DA LIBERDADE

 

Existe, apregoada de modo aberto ou disfarçado, sobretudo entre jo- vens e adolescentes, uma idolatria da liberdade. Querem o direito de ir, fa- zer e dizer o que quiserem. E entram em conflitos enormes consigo e com os outros por causa disso. Quando amadurecem, entenderão que liberdade não é fazer o que se quer, maso que se pode sem ferir o direito dos outros. Se para dançar e me divertir até as 4 da madrugada com o som ao máximo preju- dico o sono de mais de 500 pessoas, minha liberdade é injusta e eu me torno uma pessoa injusta. O injusto nao é livre. É escravo de seu egoísmo. Porque o outro existe, nao tenho o direito de fazer o que quero. A menos que mude para uma ilha deserta. Mas ai eu talvez nem sobreviva ou morra de tédio porque faltam os outros.

 

LIBERDADE E CENSURA

CDVBN

Teoricamente o ser humano deveria ser respeitado sempre. Por isso, não deveria haver censura, até porque o censurador também é um ser humano limitado que provavelmente proibirá o que lhe desagrada ao invés de se ater à lei. Censurar os outros é sempre um risco, porque acabaremos impondo nossa visão de mundo. Mas porque as pessoas exorbitam no uso da liberdade, alguém precisa censurá-los. Porque o bêbado se torna incômodo, o marido, o pai ou o policial o censuram, mandan-no ficar quieto ou o tiram dali. Exorbitou no direito de beber e agora exorbita no direito de falar. Como não tem auto- -censura, precisa ser censurado pelos outros. Dá-se o mesmo em certas situa- ções da vida. O direito de ler o que bem entende ou escrever o que bem ente- de nao dá ao autor o direito de jogar aquilo na televisão e expor crianças sem maior critério de escolha à sua mensagem forte demais para uma cabeça de 11 anos. Quando alguém escreve como bêbado, deve ser tratado como bêbado. Há um tipo de censura que fere a liberdade. Há um tipo de censura que preserva a liberdade. O fabricante de explosivos não tem o direito de ensinar isso a qualquer cidadao e muito menos na televisão ou no cinema: deve ser censurado!

 

LIBERDADE E DITADURA

XSDA

Existem liberdades invioláveis. O direito de ir e vir, o direito de pensar e falar, o direito de discordar, o direito de crer, o direito de se alimentar, de morar, de vestir-se, de informar-se. Governos totalitários costumam pensar, crer e decidir pelo cidadão. Por isso a Igreja favorece o consenso e a democracia, deixando claro, porém, que certos assuntos não se decide por voto. Nem que a maioria decida que o aborto é legal, a igreja não aceitaria. A Igreja não aceita ditaduras. Se aceitou reis abso- lutistas no passado, não aceita mais. Aprendeu.

 

LIBERDADE E PERMISSIVIDADE

GFHNB

Por aceitar e propor a democracia, que é a participação do povo em todos os níveis da vida pública, a Igreja advoga as liberdades essenciais do cidadão. Mas há um limite para a liberdade. Uma coisa é permitir e outra é ser permissivo. A Igreja se insurge e se insurgirá contra tudo aquilo que, em nome da liberdade, prejudica pessoas, grupos e nações. Por isso, sua doutrina moral é rígida em assuntos como droga, aborto, divórcio, experiên- cias com genética. Ela exige o máximo de cuidado nas legislações para que não fiquem brechas que permitam que pessoas usem pessoas como objetos ou cobaias humanas. Também na questão da sexual a Igreja é exigente, porque valoriza o dom da sexualidade como lugar do amor humano. Ela tem regras de conduta para determinadas situações exatamente para que seus membros não ofendam nem a vida, nem o amor. Nisso ela se atém ao dito de São Paulo:

NÃO SABEIS QUE SOIS O TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO? (1Cor 6, 19)

TUDO ME É PERMITIDO, MAS NEM TUDO ME CONVÉM.

TUDO PODE SER PERMITIDO, MAS NÃO ME DEIXAREI SER DOMINADO POR QUALQUER COISA QUE SEJA (1Cor 6, 12).

 

 

 

Os textos acima são de autoria de

José Fernandes de Oliveira (Padre Zezinho)

e fazem parte do livro 'Católicos serenos e felizes. Entre nós é assim...',de Paulus Editora.

Padre Zezinho é autor, poeta, compositor e cantor há 35 anos.

(textos copiados exclusivamente para estudos)