O CRIME E O SEGREDO DO SACERDOTE

O CRIME E O SEGREDO DO SACERDOTE

ZNEIO

O CRIME E O SEGREDO DO SACERDOTE

 

Aconteceu em Portugal.

 

O relógio da torre da Igreja Matriz acaba de bater meia-noite. Padre Ribeira está deixando sua sala de trabalho quando toca a campainha. “Provavelmente, é alguém que veio buscar-me para visitar um doente”. Pensou ele. Ao abrir a porta, vê um homem, com um chapéu enterrado na cabeça. Este diz, de forma decidida: “Quero confessar-me”. Apesar da hora avançada, o padre responde: “Sim, claro”. Na sacristia o homem fala: “Confesso que acabei de assaltar e matar um homem”.

O padre olha severamente para ele. “E o senhor pode arrepender-se disso?” “Oh, sim, sei que errei. Nunca deveria ter feito isso na estação ferroviária, pois alguém me viu e já notificou a polícia”. “Mas o fato do senhor ter ofendido profundamente a Deus... Isso não o preocupa?”, exorta o sacerdote. “De modo algum.” “Então não posso dar-lhe a absolvição”. “Não faz mal. O importante é que o senhor agora tem de silenciar por causa do segredo da confissão. Não pode dizer a ninguém o que eu fiz. E, além, disso, vou deixar meu revolver e o dinheiro roubado com o senhor. Mais tarde virei buscá-los. Adeus.” O homem salta da janela para o jardim e some na noite escura.

Mal ele sai, toca novamente a campainha. O padre esconde a pistola e o dinheiro embaixo de alguns papéis, e abre a porta. Alguns policiais entram na sacristia e o oficial, sem qualquer cumprimento diz secamente: “Um homem foi assaltado e morto na estação ferroviária. Isto ocorreu há uma hora. Com a ajuda de cães farejadores, seguimos a pista do assassino até aqui. O que o senhor tem a dizer sobre isso?” “Eu não sei de nada, disse o padre, muito pálido.” “O senhor parece estar com a consciência pesada”, reage o tenente. “Temos de revistar a Igreja”. Pouco depois, o dinheiro e a arma, são encontrados. “Como isso veio parar aqui?”, pergunta o policial. “Nada tenho a dizer”, replica o padre. “Vamos deixar de conversa fiada.

O senhor está preso.”

Padre Ribeira é condenado a serviços forçados perpétuos, por assalto e homicídio. Seis anos mais tarde, durante a Primeira Guerra Mundial, um soldado muito ferido é levado para a enfermaria de emergência. Pede a presença de um sacerdote. Após sua confissão declara diante de três oficiais, que fora ele o autor do crime pelo qual o padre Ribeira erroneamente estava pagando.

Assim, após seis anos de trabalhos forçados, o padre Ribeira, provada sua inocência, é finalmente libertado.

 

“Aprendendo com a Vida – Pierre Lefèvre”

 

JMJ